terça-feira, 17 de julho de 2018

Não É Sobre Querer Morrer

O suicídio é um acontecimento doloroso e complexo e, parece, que a única maneira de realmente entender por que alguém quer tirar a sua própria vida é ser também suicida ou passar pela experiência de vivenciar pensamentos suicidas.
Infelizmente, quem tentou se matar, mas sobreviveu, passa também a ser vítima de um forte, e inaceitável, preconceito: "Como você pode ser tão egoísta!" "Como pôde fazer isso conosco?" “Foi só para chamar a atenção”. “Só pode ser louco para ter feito isso”. “Criatura sem Deus no coração!”. Entretanto, se as pessoas pudessem entender genuinamente o que acontece na cabeça de alguém que tenta o suicídio, os julgamentos não viriam tão rapidamente. A crítica poderia diminuir. E, ao promover a verdadeira compreensão e empatia, poderíamos tomar medidas mais acertadas para ajudar os que ainda estão lutando.
Por isso, perguntamos aos sobreviventes de tentativas de suicídio o que eles gostariam que os outros entendessem sobre suas experiências. Suas respostas são sinceras e difíceis de ler, mas são importantes. Aqui está o que eles têm a dizer:
1. “Na mente da pessoa que pensa em se matar o que acontece é completamente oposto de uma decisão egoísta. Naquele momento, nós realmente sentimos que o mundo seria um lugar melhor sem a gente. É interessante que, por um lado, eu me sinta feliz por algumas pessoas não entenderem isso, porque significa que elas nunca sentiram ou experimentaram esses sentimentos apavorantes, mas, por outro lado não deveriam ser tão rápidas em julgar. ”- Jen D.
2. “Para mim, é menos sobre a morte e mais sobre acabar com a dor. É difícil explicar como a morte faria você se sentir mais vivo do que nunca. Eu não estava fugindo dos meus problemas. Eu estava desesperadamente procurando uma maneira de superá-los, agora sei que equivocadamente, pela morte. ”- Kacie S.
3. “Nunca dê as costas para os seus pensamentos mais profundos e medonhos. Em dias de depressão, eles virão te visitar. Pode aguardar. Eles têm seus próprios olhos, ouvidos e voz. Eles tentarão te seduzir. Você tem que ser forte o suficiente para reconhecer que [em alguns casos], esses pensamentos estarão contigo por toda a vida. Não deixe que eles cumpram sua missão perversa de te destruir. ”- Andrew G.
4. “Não foi realmente sobre querer morrer. Era sobre escapar de uma dor insuportável quando eu não conseguia ver nenhuma outra opção. E eu estava convencido de que todos ficariam mais felizes se eu fosse embora, que eu estava fazendo um favor a eles. Eu não embarco mais em pensamentos de culpa tipo "pense no mal que você está fazendo para seus entes queridos". Eu sou muito grato por ainda estar vivo hoje. A dor se desvaneceu. Eu encontrei outras opções. E eu quero ficar por aqui, para ver como esta minha vida vai se desenrolar. ”- Erin L.
5. “Você é capaz de entender o quanto dói ser criticado por ter feito uma tentativa de suicídio? Você sabe o quanto dói ser chamado de "egoísta", "idiota" e ser visto como "louco"? Se você nunca teve ideação suicida, por favor, não julgue, não critique, porque está claro que isso não faz sentido para você ... também não faz sentido para a maioria das pessoas. Mas, infelizmente está acontecendo com muita gente, e nós merecemos ajuda, não ódio. ”- Kerri S.
6. “Quando conto a minha história, não é por atenção. É uma maneira de eu chegar e fazer a outros, que vivenciam esses mesmos sentimentos de morte, perceberem que não estão sozinhos. Eu quero que minha história inspire os outros a continuar, a continuar lutando e a dar os passos em direção a uma vida mais feliz e saudável. ”- Megan D.
7. Não critique os que estão passando por isso. Pergunte o que você pode fazer para ajudar. Tente entender que eles podem não saber porque pensamentos de autodestruição passaram a dominar suas mentes. Apenas esteja lá para apoiá-los quando necessário. ”- Solana C.
8. “Eu realmente não quero morrer. Eu só quero matar o jeito que eu sinto as coisas, calar a tagarelice incessante em meu cérebro, ter uma pausa em me sentir como a pior criatura mais indigna e desprezível do mundo. Não é sobre ser egoísta nem covarde. Não é para ferir ninguém. É puro desespero. ”- Andrea T.
9. “Minha depressão, minha ansiedade, meu TEPT são tão sérios e devastadores quanto uma deficiência física. Suicídio não é a saída do covarde. A dor, as emoções, a devastação. Eu sou abençoada por ter sobrevivido a minha tentativa, mas eu ainda luto contra os demônios na minha cabeça. Eu não acho que possa haver algo mais devastador do que ter duas lindas crianças incríveis e ainda pensar que o suicídio possa ser a única saída. A dor é real, e é algo que eu lido diariamente. ”- Lindsey J.
10. “Não é um grito por atenção. É a dor interminável de tentar viver em um mundo em que você acredita não pertencer. ”- Abbie M.
11. “Eu queria desesperadamente que a dor esmagadora cessasse, e naquele momento eu estava focado apenas em fazer parar a dor. Eu não estava pensando nas consequências do meu suicídio. ”- Mary Z.
12. “Você nunca esquece, e nunca será o mesmo de antes da tentativa. Você passa a carregar um peso em seus ombros. Alguns dias são mais difíceis do que outros, mas nem sempre você precisa carregar o peso sozinho. Muitos são rápidos em julgar, mas se não falarmos sobre nossas experiências, como podemos esperar que os outros entendam? A educação é a única coisa que pode combater a ignorância. ”- Rebecca R.
13. “Eu queria deixar de ser um fardo para as pessoas ao meu redor e silenciar a dor dentro de mim. Eu me sentia cansado de me sentir como um fracasso ou uma peste para os outros, mesmo que não fosse. É uma coisa séria. Por favor, leve a sério quem já tentou. Você não conhece as batalhas constantes que enfrentamos no dia-a-dia. ”- Liza G.
14. “Tentativa de suicídio não é fraqueza. Pode ser sim um pedido de ajuda. É uma confusão geral quando você constantemente se sente como um fracasso. É uma solução permanente para um sentimento temporário que, na hora, não parece nada temporário. É muito mais do que uma mera fuga do sofrimento, e às vezes é a única conclusão que nossos cérebros com doenças podem fazer por nós mesmos quando não sabemos mais o que fazer. ”- Sami S.
15. “Eu carrego comigo todos os dias a culpa de tentar deixar meus entes queridos. Quando eles dizem "você quis ir embora" - isso me machuca mais do que qualquer coisa porque não era "eu". Foi a minha doença ultrapassando o meu ser ...  ”- Alexis B.
16. “Nada sobre suicídio é egoísmo. Todos nós temos que cuidar de cada um de nós. E o suicídio tornou-se a única opção para me livrar completamente da dor que sinto a cada momento de todos os dias ... Precisamos de compaixão, compreensão, cuidado e carinho. ”- Marco O.
17. “É errado presumir que eu tinha um controle preciso sobre meus pensamentos e sabia exatamente o que estava fazendo. Eu não sabia. Eu ainda não sei. Toda vez que eu me recordo, há uma nova explicação, uma nova peça a ser encaixada. Sempre haverá novas peças, e isso me deixa muito cansada. Mas quando você tenta esquecer, os pensamentos voltam de outra maneira, sempre, todos os dias. Nada e ninguém pode pará-los, então você precisa aprender a acalmá-los .... É a coisa mais difícil e confusa que já fiz. ”- Keisha F
18. “Foi um arrependimento instantâneo. Eu estava com tanta dor e queria que ela parasse, mas assim que tomei todas aquelas pílulas, pensei: 'Meu Deus, o que eu fiz?' Eu quero que as pessoas saibam que não é tudo sobre morrer. Estamos todos apenas tentando acabar com nossa dor emocional.” - Teresa A.
19. “Eu não quero morrer. Eu só queria que a dor parasse. E ela parou. Lenta, mas seguramente, com a terapia e o tempo, a dor parou.” – Jeniffer W.
20. “Eu desejo que os outros entendam que eu não sou um perigo para eles. Depois da minha tentativa, meus amigos me mantiveram a distância ao invés de se aproximarem de mim, porque tinham medo que eu os machucasse também. Isso me deixou mais isolada e rejeitada do que nunca. Eu também gostaria que as pessoas entendessem o poder do que parece ser algo muito simples. Um abraço. Uma mensagem. Um telefonema. Pequenas coisas que são realmente enormes porque dizem: "Eu quero você aqui, quero ajudá-la a lutar". - Jennifer K.

 Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número gratuito do CVV: 188.


 Texto original: 41 Secrets of Suicide Attempt Survivors by Megan Griffo  /  https://themighty.com/2016/09/what-its-like-to-try-to-kill-yourself/


 Texto livremente traduzido e adaptado.


sábado, 9 de junho de 2018

Então, você acha que suicídio é frescura? Sente-se aí, vamos conversar



É surpreendente percebermos o quanto somos produtos do momento histórico em que nascemos e da cultura em que somos criados.
Um mínimo contato com a maneira de ser de outros povos, buscando e obtendo informações sobre hábitos, valores, crenças, como pensam, em que acreditam, como se relacionam, nos remete a algo que não parece tão óbvio: o quanto somos condicionados na nossa maneira de pensar, de ser e viver pelo meio em que vivemos.
Se tivéssemos nascido durante o período histórico do Brasil Colonial, enxergaríamos a escravidão com a mais absoluta naturalidade, algo que hoje achamos um absoluto crime. O Brasil ocupa um lugar de destaque em população total de animais de estimação, sobretudo de cachorros, alguns países pelo mundo consomem carnes de cachorro na alimentação. Não consideramos minimamente a possibilidade de nossos familiares escolherem nossos futuros parceiros de casamento, mas grande parte de jovens hindus e muçulmanos no planeta outorgam a seus pais essa decisão. Homens heterossexuais no Ocidente não admitem andar de mãos dadas com outro homem pelas ruas, em Abu Dhabi só os homens podem andar de mãos dadas... são amigos, os homens não têm vergonha de demonstrar carinho um pelo outro.
Até mesmo a nossa fisiologia é determinada pela influência cultural, um exemplo é o sotaque. Não o percebia até mudar-me do Rio de Janeiro para Brasília e, como professor de História em uma escola particular, entrar numa sala de aula da 7ª série do ensino fundamental e ver os alunos solicitarem, várias vezes, que eu repetisse o tema da aula – naquele dia iniciávamos o estudo dos povos pré-colombianos: O Astecas, Os Incas e ao Maias. A cada vez que eu repetia, abaixavam a cabeça e riam gostoso à pronúncia acentuada do sotaque carioca, marcada pelo chiado do ‘s’ como se fosse ‘x’. Sotaque que continua dominante e é sempre reconhecido, embora já há tantos anos morando fora.
Mas o que tem isso a ver com a questão do suicídio? Tem a ver que permanecemos presos a uma maneira equivocada de abordar esse fenômeno, porque é perversa, contaminada de preconceitos e estereótipos a forma como o atual momento histórico em que nascemos e a sociedade em que estamos sendo criados concebe e enxerga o suicídio. E como somos produtos do meio é exatamente assim que encaramos as pessoas que têm pensamentos, que fazem tentativas e que se suicidam. De qual forma?
É fraqueza
É covardia
É para chamar a atenção
É falta de Deus no coração
Se é pra se matar porque não faz direito
É falta de ter o que fazer
Olhe ao seu redor… existem muitas pessoas em situações piores que estão lutando pra viver e você aí querendo morrer.
É coisa de gente maluca
Em nosso dia a dia repetimos e reproduzimos expressões como estas, porque é como fomos aculturados pelo meio em que crescemos a conceber o suicídio. Gritamos pula! Pula! Pula! Quando vemos alguém desejando (e não desejando, é imperioso que se saiba, pois, que a pessoa está num estado de ambivalência e o grito é sempre um estímulo cruel) saltar de um prédio. Até mesmo agentes de saúde, médicos e enfermeiros, dirigem-se com essas expressões a suicidas em convalescença em leitos hospitalares. Agentes cujo dever seria de auxiliá-los.
Veja! Ainda que eu sendo um psicólogo que lida com pessoas suicidas e constate o quanto essas observações os maltratem a ponto de se tornarem mesmo um fator indutor de suicídio, sobretudo quando pronunciadas por familiares ou outras pessoas significativas,  não considero que se deve apontar o dedo, quase que criminalizando aqueles que mantêm essas concepções sobre o suicídio. Como eu disse, somos produtos do meio. Reproduzimos os valores, as crenças, as verdades e as opiniões correntes da sociedade em que somos criados.
Porém, isso não quer dizer que não possamos mudar nossas concepções. Podemos, devemos e precisamos. Vejamos esses dados.

O suicídio mata mais do que muitas patologias e guerras

 A Organização Mundial da Saúde revela que o suicídio é a segunda maior causa de óbitos entre pessoas de 15 a 29 anos. Para muitos especialistas, o suicídio de jovens já ganhou os contornos de uma epidemia.

Esses números, 800 mil suicídios anuais, e,  considerando que para cada vítima cerca de 10 a 20 tentativas foram feitas ... podem ser muito maiores, segundo alguns pesquisadores. Há fatores como a  subnotificação e o problema dos suicídios que “se escondem” sob outras denominações de causa de morte, como, por exemplo, acidente automobilístico, afogamento, envenenamento acidental, overdose de drogas  e “morte de causa indeterminada” que indicam, muito provavelmente, que as estatísticas oficiais sejam bastante inferiores aos dados reais.
Estima-se que a depressão que afeta hoje 322 milhões de pessoas no mundo, até 2030 se torne a doença mais comum do mundo, sendo que a mesma é considerada a principal causa de suicídio no mundo.
Então, confrontados com a força assombrosa desses dados, você não acha que são números absurdamente grandes de mortes para receberem na certidão de óbito, como determinação de causa morte: frescura? 
Ao contrário, não estamos é diante de um fenômeno altamente complexo, um grande problema da psique individual, um desafio para a sociedade – o suicídio – a exigir de nós muito mais do que a resposta rápida, rasteira e preconceituosa que nos (de)ensinou a sociedade?
Não se afigura incoerente continuarmos a pensar e agir com as pessoas que têm pensamentos, que fazem tentativas e que se suicidam mantendo "aquela velha opinião formada sobre tudo"?
Se a resposta for SIM este texto alcançou a sua finalidade: a de começarmos a refletir, nos conscientizarmos e nos reeducarmos sobre o problema avassalador do suicídio  – pois bem diferente de outros problemas igualmente trágicos e avassaladores para a humanidade como o são as catástrofes naturais, as guerras e as epidemias, que acontecem, que vêm e que vão – o suicídio veio para ficar.


Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 188 ou 141.


sábado, 19 de maio de 2018

Os suicidas são loucos?


NÃO, ter pensamentos suicidas ou fazer uma tentativa não implica ser “louco”, nem necessariamente ser um doente mental. Normalmente o suicídio é equacionado como forma de acabar com uma dor emocional insuportável causada por variados problemas. De um modo geral as pessoas que tentam o suicídio estão seriamente aflitas e profundamente deprimidas. Esta depressão pode ser reativa (quando é desencadeada por uma situação traumática ou estressante que a pessoa esteja vivenciando), situação que é perfeitamente normal para os que atravessam circunstâncias de vida difíceis; ou pode ser uma depressão endógena (em que o indivíduo sente uma tristeza profunda e mesmo desejo de morrer, sem motivo aparente) que é o resultado de uma doença mental diagnosticável com outras causas subjacentes. Também pode ser uma combinação das duas. 
A questão da doença mental é difícil porque ambos os tipos de depressão podem ter sintomas e efeitos semelhantes. Pensamentos e atos suicidas podem ser o resultado de problemas, tensões e perdas com as quais não se está conseguindo lidar. Numa sociedade onde o preconceito e a ignorância acerca da doença mental são muito grandes, a pessoa que experimenta comportamento suicida pode ter medo que os outros a considerem "louca" se revelarem os seus sentimentos e pensamentos, tornando-se relutante em pedir ajuda durante a crise que atravessam. De qualquer forma, descrever alguém como "louco", com fortes conotações negativas, não é, provavelmente, útil e o mais provável é dissuadir alguém de procurar ajuda adequada, independentemente da pessoa ter ou não uma doença mental.
As pessoas que sofrem de uma doença mental tal como o transtorno bipolar ou uma depressão endógena têm índices significativamente mais altos de suicídio, embora sejam ainda uma minoria os que tentam tal ato. Para estas pessoas, ter a sua doença corretamente diagnosticada, com um tratamento apropriado, é a melhor forma de impedir o ato de suicídio.


Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 188 ou 141.


Texto livremente traduzido e adaptado.


segunda-feira, 23 de abril de 2018

10 Coisas para Dizer a uma Pessoa com Intenção de Suicídio



Muitos querem saber o que dizer diante de uma pessoa – quase sempre um conhecido, um amigo ou parente – que está pensando em suicídio e claramente expressa uma vontade de morrer. O que responder?
Primeiro, algumas advertências. Antes de começar, quero esclarecer algumas coisas: criei essa lista com base em minhas conversas com indivíduos suicidas em meu trabalho como assistente social clínico, minhas leituras de literatura clínica e relatos de pessoas que sofreram crises suicidas, e minhas próprias experiências passadas com pensamentos suicidas. Ninguém realmente pesquisou sistematicamente as coisas mais eficazes para os amigos ou familiares dizerem para uma pessoa suicida, então a opinião e a experiência são as melhores que temos por enquanto. Os resultados variam de acordo com as necessidades e personalidades de diferentes pessoas.
Também quero deixar claro que essa lista de coisas a serem mencionadas não pretende ser um roteiro. Em vez disso, ilustro maneiras pelas quais você pode ajudar uma pessoa pensando em se matar a se abrir, em vez de a calar e fazer com que ela se feche com um comentário que diminua, desvalorize e ou até mesmo despreze a experiência da pessoa.
E quero acrescentar, e ressaltar, que o que dizer geralmente não é tão importante quanto ouvir. Alguém que está pensando em suicídio precisa se sentir acolhido e compreendido. Deixe a pessoa contar sua história. Evite tentar imediatamente e de todas as formas consertar a situação ou fazer a pessoa se sentir melhor. Esses esforços, embora bem-intencionados, podem interromper a conversa quando o mais importante é deixar que a pessoa fale.
Então, com tudo isso dito, aqui estão 10 coisas que você pode dizer para alguém que lhe diz que está considerando se matar.
1.     "Fico contente por você me contar que está pensando em suicídio."
Quando alguém revela pensamentos suicidas, alguns pais, companheiros, esposas (os), amigos e outros podem reagir com raiva (“Não seja estúpido! ”), dor (“Como você pode pensar em me machucar assim? ”), ou dúvida (“Não acredito que você esteja falando isso. ”). Alguns “surtam”. A pessoa suicida pode então sentir necessidade de se defender da raiva, ou querer consolar a pessoa magoada, ou se fechar internamente diante da dúvida do outro. O resultado quase sempre é o arrependimento e a frustração por ter compartilhado seus sentimentos com alguém que percebe incapaz de compreendê-la.
Ao dizer “Fico contente por você ter me contado” – ou algo parecido – você diz que aceita e encoraja que o outro se abra e fale de seus pensamentos suicidas e que consegue lidar com isso.
2.     “Eu fico triste por você estar sofrendo assim. ”
Essa simples expressão de empatia pode ajudar muito a valorizar a dor do outro e acalmar a sensação de solidão.
3.     “O que está acontecendo para fazer você querer morrer? ”
 Este convite para a pessoa suicida contar sua história mostra interesse, gera uma sensação de acolhimento e revela que você realmente quer entender. Peça à pessoa para contar sua história. E então, escute. Realmente escute. Para aprofundar sua compreensão, com calma, estimule a pessoa a abrir-se cada vez mais, com colocações tipo "Eu estou aqui para ouvir o que você quiser me contar”.
4.     "Você já tem uma data certa de quando vai se matar?"
Mesmo que você não seja um profissional de saúde mental, ainda pode fazer algumas perguntas básicas para ajudar a entender o risco de suicídio da pessoa. Perguntar sobre o momento em que isso acontecerá fará a diferença entre se você precisa entrar em contato imediatamente com alguém e pedir ajuda (por exemplo, se a pessoa disser: "Estou planejando que amanhã mesmo vou tirar minha vida”) ou se você pode apenas continuar conversando com a pessoa.
5.     “Você tem um plano de como acha que vai se matar? ”
Esta é outra questão de avaliação de risco. A resposta pode ajudar a revelar a gravidade da situação. Uma pessoa que responde que será dentro de pouco tempo e já arquitetou um método de suicídio pode estar em maior perigo do que alguém com um vago desejo de estar morto, por exemplo.
Compreender os métodos de suicídio que a pessoa considerou também irá ajudá-lo em seus esforços para manter a pessoa segura. Por exemplo, se você é um marido e sua esposa revela pensamentos suicidas, saber que ela pode estar considerando uma overdose de um medicamento é um alerta para a necessidade de trancar ou jogar fora todos os medicamentos potencialmente perigosos.
6.     “Você tem acesso fácil a uma arma, medicamento ou algo que possa ser potencialmente mortal? ”
Essa pergunta completa a avaliação de risco da pergunta anterior e obter essa informação é sempre muito importante. Se a resposta for sim, peça à pessoa para considerar tornar a casa mais segura livrando-se você mesmo ou pedindo alguém próximo para livrar-se de perigos potenciais até que a intenção de suicídio desapareça.
7.     "Existe ajuda para o que você está sentindo."
Ao falar à pessoa que é possível obter ajuda, você já está ajudando-a a não se sentir tão sozinha, indefesa ou sem esperança. Se a pessoa que revela pensamentos suicidas para você é seu filho, seu marido ou esposa leve-o a um psicólogo para uma avaliação profissional. Da mesma forma indique a necessidade urgente de procurar ajuda profissional para outro que não for assim tão próximo.
8.     “O que posso fazer para ajudar? ”
Definitivamente, fale com a pessoa sobre a necessidade de procurar um psicólogo para ajudá-la, mas também deixe claro que você também está disponível, se for realmente capaz de ter essa disponibilidade emocional. Dito isso, há muito o que você pode fazer, mas se você está se sentindo o único responsável por manter a pessoa viva, a melhor decisão é envolver outras pessoas também.
9.     “Eu gosto e me preocupo com você e ficaria muito triste se você se matasse. ”
Tenha cuidado aqui. No post anterior que publicamos, uma das 10 coisas que não se deve dizer é: “Você não sabe que eu ficaria arrasada se você se matasse? Como você pode pensar em me machucar assim? ” Veja bem, a pessoa já se sente horrível por ter pensamentos suicidas.  Colocar ainda mais culpa em cima dela não vai ajudá-la a se sentir aliviada, compreendida ou bem acolhida para continuar falando.
Mas, por outro lado, uma simples declaração do quanto você se importa de verdade ou a ama pode ajudar a nutrir uma sensação de conexão, se a sua declaração não for uma tentativa de impedir a pessoa de falar mais sobre o suicídio.
10.     “Você pode contar comigo sempre que quiser conversar sobre seus pensamentos de suicídio. ”
Assim como você deseja que a pessoa se sinta acolhida por ter compartilhado seus pensamentos suicidas, é bom deixar claro que você estará sempre disponível para uma conversa. De novo, se for realmente capaz de ter essa disponibilidade emocional. Muitas vezes, alguém que tem pensamentos suicidas sente que os outros têm uma expectativa de "superar isso". Ao dizer à pessoa que você se prontifica a ouvi-la sobre seus pensamentos suicidas, você pode ajudar a evitar o isolamento e o sigilo.
Muito bem! Agora, quais são suas ideias sobre o que dizer para uma pessoa suicida?
Há muitas outras respostas úteis além das listadas aqui. Se você tem pensamentos de suicídio, o que você gostaria que lhe dissessem caso você contasse a alguém?
Se já ajudou algum amigo ou membro da família que tenha pensado em se matar, você acha que quais respostas suas foram capazes de estimular o acolhimento, o compartilhamento e a segurança? Por favor, contribua e sinta-se à vontade para fazer um comentário a este texto.


 Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 188.


Texto original: 10 Things to Say to a Suicidal Person / Written by  /https://www.speakingofsuicide.com/2017/10/03/10-things-to-say/
Texto livremente traduzido e adaptado.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

10 Coisas para Não Dizer a uma Pessoa com Intenção de Suicídio



"Eu quero me matar."
Essas quatro palavras provocam um choque quando são ditas, pois, é uma fala terrível para ser ouvida de um amigo ou membro da família que você gosta e não quer perder. Aí, você recua, impactado e assustado, sem saber o que fazer e pensa: como pode querer morrer?
Entretanto, por mais indesejáveis ​​que essas palavras sejam aos seus ouvidos, seu ente querido lhe deu um presente. Ele ou ela está dando uma abertura para você entrar. Ao dizer que eles querem morrer, eles estão lhe dando a oportunidade de ajudar.
Agora, preste bem atenção: o que você diz em seguida é muito importante. Repito, o que você diz em seguida pode levar seu amigo ou membro da família a deixá-lo entrar ainda mais – ou a fechar a porta. É compreensível que você se sinta perturbado, tomado de emoções, e  que tenha muitos pensamentos, alguns úteis, outros não.
Aqui estão 10 respostas comuns que podem desencorajar a pessoa a falar mais sobre o que está acontecendo. Primeiro, uma advertência: em geral, essas declarações podem transmitir julgamento e promover o distanciamento. Mas, dependendo do contexto, algumas pessoas podem responder positivamente a pelo menos algumas dessas respostas.
1.     “Como você pôde pensar em suicídio? Sua vida não é tão ruim assim. ”
Talvez, por fora, a vida de uma pessoa com intenção de suicídio não pareça “ tão ruim ”. Acontece que a dor está escondida. Aí, esse tipo de declaração transmite descrença e julgamento, não compreensão.
2.     “Você não sabe que eu ficaria arrasada se você se matasse? Como você pode pensar em me machucar assim? ”
De um modo geral a pessoa já se sente horrível e quase sempre muito culpada. Colocar mais culpa sobre seus ombros não vai ajudá-la a sentir-se aliviada ou acolhida em sua dor para contar ainda mais sobre como ela está.
3.     “O suicídio é um ato egoísta. ”
Isso provoca mais culpa. Dois pontos são importantes aqui. Um, muitas pessoas que consideram seriamente o suicídio, na verdade, pensam que estão sobrecarregando sua família mantendo-se vivas. Assim, em seu estado de espírito angustiado, talvez até mentalmente doente, estariam ajudando seus entes queridos, libertando-os desse fardo. Dois, a pessoa vivencia uma distorção em seus pensamentos e passa a julgar que a morte seja a melhor forma de livrar-se de uma dor ou de uma situação sem esperanças de solução.
4.     "O suicídio é covardia."
Isso provoca vergonha. Também não faz sentido. A maioria das pessoas tem medo da morte. Suicídio não se trata de ser valente ou corajoso.
5.     “Você não quiz dizer isso. Você realmente não quer morrer. ”
Muitas vezes a pessoa responde assim por ansiedade ou medo, mas estas afirmações desqualificam a dor do outro. Presuma que a pessoa realmente quer dizer que quer morrer. Faz mais mal desdenhar alguém que é verdadeiramente suicida do que levar alguém a sério que não é suicida, então por que não levar todos a sério?
6.     “Você tem muito ainda o que viver. ”
Em alguns contextos, esse tipo de declaração pode ser um lembrete reconfortante de oportunidades e esperança. Mas para muitas pessoas que pensam em suicídio e que sentem que está tudo acabado para elas, porque se encontram mergulhadas em profunda desesperança, essa observação pode transmitir uma profunda falta de compreensão.
7.     “As coisas poderiam ser bem piores. ”
Sim, as coisas poderiam ser piores, mas esse conhecimento não inspira alegria ou esperança. Eu o comparo a duas pessoas que são esfaqueadas, uma no peito e outra na perna. É muito pior ser esfaqueado no peito, mas isso não faz com que a dor desapareça para a pessoa esfaqueada na perna. Ainda dói. Muito. Assim, mesmo que as pessoas que pensam em suicídio tenham muitas coisas boas para viver, ou mesmo que suas vidas possam ser muito piores, elas ainda experimentam uma situação aparentemente intolerável que as faz querer morrer.
8.     “Outras pessoas têm problemas piores do que você e não querem morrer. ”
É verdade, mas isso pode ter o efeito de afundar a pessoa mais ainda na depressão. Compará-los a outros que lidam melhor com problemas ou que simplesmente têm a sorte de nunca ter pensamentos suicidas só pode piorar sua autocondenação.
9.     "O suicídio é uma solução permanente para um problema temporário.”
Eu conheço pessoas, especialmente adolescentes, para quem esta declaração foi tremendamente útil. Essa declaração dizia respeito aos problemas por que passavam. Mas também comunica que todos os problemas de todas as pessoas são temporários, quando podem ser tudo menos isso. Em tal situação, um objetivo realista para a pessoa pode ser aprender a lidar com seus problemas e  viver uma vida significativa, apesar deles. O outro problema com essa afirmação é que o suicídio passa a ser visto como uma solução. No mínimo, recomendo mudar a palavra “solução” para “agir” ou “ação”, simplesmente para evitar reforçar a impressão de que o suicídio realmente é uma solução e que resolve os problemas.
10.    "Você vai para o inferno se morrer por suicídio."
Muitos que já fizeram uma tentativa de suicídio pensaram, provavelmente, nessa possibilidade. Talvez eles concebam que o deus em quem acreditam perdoará seu suicídio. Outros, também talvez, nem acreditem no inferno.  Independentemente disso, sua dor e seu desejo de morrer permanece. Dizer-lhes que irão para o inferno pode provocar uma sensação de falta de empatia e incapacidade de compreensão.
É isso! São essas as 10 coisas para não dizer a uma pessoa com intenção de suicídio.
Veja, você pode ter qualquer um ou todos os pensamentos e emoções descritos acima, diante da afirmação de um amigo ou membro da família que diz querer morrer.  Isso não significa que você esteja errado ou seja uma má pessoa em ter essas reações. Afinal, você é humano. Você pode sentir raiva, mágoa, traição. Você não pode controlar os pensamentos e sentimentos que sente. 
Entretanto, você pode e deve controlar o que diz ou faz em resposta a seus pensamentos e sentimentos. Quando uma pessoa revela pensamentos suicidas para você, sua resposta em palavras e ações podem fazer uma profunda diferença na vida dessa pessoa.


Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 188.


Texto original: https://www.speakingofsuicide.com/2015/03/03/what-not-to-say/
 Texto livremente traduzido e adaptado.





domingo, 8 de abril de 2018

Por que 84 figuras masculinas estão de pé nas beiradas dos telhados de Londres?


Ao olharem para cima, as pessoas que transitavam no centro da cidade de Londres tiveram uma visão estranha e perturbadora: 84 homens, em pé silenciosamente nos telhados das torres de escritórios, como se estivessem prestes a pular para a morte.

Acontece que esses homens não são realmente humanos. São esculturas em tamanho natural, colocadas lá para chamar a atenção e aumentar a conscientização sobre o suicídio.
As esculturas foram instaladas como parte do Projeto 84, uma ideia tornada possível pelo artista de rua americano Mark Jenkins e pela Campaign Against Living Miserably, ou CALM, uma instituição de caridade focada na prevenção do suicídio, que ela diz ser o maior assassino de homens com menos de 45 anos no Reino Unido.
As esculturas representam os 84 homens que se suicidam, em média, todas as semanas no Reino Unido. CALM diz que três em cada quatro vítimas de suicídio são homens.
"Como sociedade, temos de superar barreiras e constrangimentos, temos que enfrentar esse problema terrível, discuti-lo e trabalhar ativamente para pará-lo", disse Simon Gunning, CEO da CALM.
As esculturas, todas com os rostos cobertos, foram empoleiradas nos telhados de vários prédios da ITV, a rede de televisão do Reino Unido. Elas permaneceram lá até o dia 1º de abril.
Jenkins, que é amplamente conhecido por colocar suas esculturas hiper-realistas em locais públicos, onde interage com os transeuntes, criou as figuras da fita adesiva.
Jenkins trabalhou com a colaboradora Sandra Fernandez para criá-las. Cada um das 84 esculturas representa um homem real que morreu por suicídio e suas histórias individuais são narradas no site do Projeto 84 .
O programa diário da ITV "This Morning " apresentou entrevistas com parentes e amigos dos 84 homens no centro do projeto.
"Apoiar essa campanha é investir na esperança, esperança de que, contando essas histórias, possamos entender melhor as complexidades do suicídio e lutar por uma mudança", disse Gunning.
O Projeto 84 também lançou uma petição on-line através da qual espera convencer o governo britânico a tomar medidas para melhorar a prevenção do suicídio e o apoio ao luto dos sobreviventes. 
Reação às esculturas no telhado têm sido principalmente positiva.
"É muito importante quebrar o estigma da saúde mental dos homens e fazer com que as pessoas saibam que não há problema em ter problemas", disse um observador no Twitter.


Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 188.

Texto original: . Here's why 84 male figures are standing on the edges of London rooftops By Mercedes Leguizamon and Brandon Griggs, CNN.

 Texto livremente traduzido e adaptado.




sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Namorado cria “pote de amor” para ajudar namorada que sofre de depressão

 
Depressão é difícil para todos os envolvidos. A pessoa que à sofre trava consigo uma luta diária para funcionar, e tem alguns dias que não consegue realmente avançar. Além disso, tende a se fechar, evitando contatos tão logo sente os efeitos da depressão. Dói ver um ente querido tão infeliz, e pode ser difícil simpatizar e entender uma pessoa que não pode responder às suas tentativas bem-intencionadas de ajudar. Para tentar ajudar a namorada com depressão a se sentir um pouco melhor em momentos de crise, um jovem teve uma ideia simples e criativa.
Usando nada mais do que um frasco, alguns palitinhos de picolé, marcadores coloridos e um pouco de papel, ele montou um “pote do amor” para a namorada usar quando sentir que precisa de uma mensagem positiva e de apoio em seu dia.
Bovadeez explicou a ideia assim:
"Cada "categoria" é codificada por cores, por exemplo, laranja são citações inspiradoras de poetas, figuras políticas, filósofos e humanistas de todas as épocas. Lembretes amarelos são palavras positivas para ajudá-la durante o dia, como "você é linda" e "está certo pedir ajuda", os roxos são dicas para ajudá-la a relaxar como "faça uma pausa" enquanto ela está trabalhando no seu mestrado ou "ouça sua música favorita". Eu coloquei também palitinhos em branco, para ela gravar alguma memória positiva neles, lembranças de momentos em que ela é mais feliz e então ela pode puxar um desses quando precisar. Esperamos que isso a ajude a recuperar o controle em alguns aspectos e para se dar um tempo e se concentrar mais em si mesma".
 Este gesto simples, mostrando à sua namorada que ele se importa e está sempre lá para ela no momento que ela precisar é uma ajuda poderosa para alguém com depressão. Muitas pessoas concordaram que essa abordagem seria muito apreciada e é um bom exemplo do tipo de suporte que é necessário.
Um usuário da Reddit tem uma namorada que luta com a depressão, e ele queria ajudar de alguma forma.

Então, ele teve uma ideia simples, porém brilhante, que envolveu um monte de palitinhos de picolé.

E que ele codificou usando canetas coloridas.

E colocou em um frasco para que sua namorada pudesse escolher. Cada cor é uma categoria.


Com citações, palavras positivas, dicas para relaxar e palitinhos em branco para que ela possa gravar momentos felizes.


As pessoas concordaram que este é um exemplo perfeito do tipo de apoio que uma pessoa com depressão pode apreciar.





Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 141.

Texto original: The Way That This Guy Handles His Girlfriend’s Crippling Depression Is Just Awesome.  https://www.boredpanda.com/popsicle-sticks-help-girlfriend-anxiety-depression/
 Texto livremente traduzido e adaptado.