sexta-feira, 1 de julho de 2016

Suicídio Infantil - Atenção Para Os Sinais


Pintura "Meninos soltando pipa", 1941, Cândido Portinari


Visto ainda como um tabu, o suicídio infantil é um tema delicado e que muitas vezes é difícil de ser diagnosticado. Apenas estudado a nível internacional, a incidência de suicídio infantil parece, no entanto, estar aumentado nos últimos anos.


 Definição
                                                                   
Uma criança ou adolescente suicida é um menor que planeja ou faz tentativas de acabar com sua própria vida.
O termo "suicídio infantil" significa o ato pelo qual uma criança provoca a sua própria morte de maneira voluntária. Na maioria dos casos, isso não significa simplesmente um desejo de morrer, mas acontece como o último recurso para escapar de um grande sofrimento ou de uma situação para a qual a criança não encontra saída.
A tentativa de suicídio é definida como um ato – que não teve êxito –através do qual a criança expressa um desejo de prejudicar-se, colocando-se em perigo e com a intenção real de provocar a sua própria morte.
Tentativas de suicídio nem sempre são tentativas que falham. Muitas são consideradas como uma tentativa desesperada de chamar a atenção para os problemas ou sentimentos de abuso e violência que a criança está vivenciando.

Os dados globais sobre o suicídio infantil
O suicídio infantil é um assunto tabu na maioria dos países. Ainda que esse problema entre adolescentes esteja sendo cada vez mais investigado, existem poucos estudos científicos sobre o suicídio em crianças mais jovens (com menos de 13 anos), e não há dados sobre a incidência deste fenômeno a nível internacional. No entanto, sabe-se que as razões que levam as crianças a cometer suicídio são muito diferentes daqueles que motivam os adultos.


O suicídio infantil às vezes é difícil de diagnosticar porque as crianças têm mais dificuldade do que os adultos para expressar seus conflitos ou infelicidade. O suicídio de crianças também é confundido ou pensado, quase sempre, como um acidente: muitas vezes atribuído ao imprevisto de cair ao se debruçar em uma janela ou atravessar uma rua na hora errada, e ser atropelado, por exemplo. Também a morte de crianças órfãs e / ou de crianças que moram nas ruas muitas vezes não são investigadas ou mesmo registadas pelas autoridades em alguns países, o que torna difícil para se obter estatísticas ou realizar estudos.
De acordo com algumas das poucas pesquisas existentes – a maioria realizadas em países industrializados – a maioria das crianças que se suicidam são geralmente do sexo masculino, enquanto a maioria das tentativas de suicídio são feitas por meninas.
Um estudo norte-americano revela que o suicídio é a quarta principal causa de mortalidade entre crianças de 10 a 14 anos, e a terceira em crianças com mais de 15. Inclusive há o relato mesmo do suicídio de uma criança de 7 anos. De acordo com dois estudos suíços realizados em 2004, feito com crianças entre 11 e 15 anos e adolescentes entre 16 e 20 anos, aproximadamente 8% das meninas e 3% dos meninos admitiram terem feito uma tentativa de suicídio pelo menos uma vez sua vida.
Na maioria destes estudos observou-se uma tendência crescente de suicídio infantil e um aumento no comportamento de risco que anteriormente só era atribuída a adolescentes.

Causas de suicídio em crianças e adolescentes


O fim da Infância e início da adolescência muitas vezes são períodos difíceis e que apresentam muitos desafios, tais como alterações hormonais, maiores responsabilidades escolares, a necessidade de trabalhar ou relações pessoais problemáticas, entre outros, que podem levar a criança a desenvolver pensamentos negativos. 
No entanto, falar de um único fator precipitante seria incorreto. Embora um evento significativo, como a perda de um ente querido, divórcio dos pais, mudanças, abusos, etc., possam empurrar uma criança a cometer suicídio, estes fatores devem ser vistos, muitas vezes, como o que fazem transbordar o que já estava lotado. Dessa forma, então, é preferível falar de múltiplas causas e circunstâncias agravantes.
Fatores pessoais
O mais frequentemente mencionados são fatores psicológicos (depressão, ansiedade, de personalidade antissocial, ...) e comportamentais (agressão, abuso de álcool ou drogas).
Fatores familiares


 O ambiente familiar também desempenha um papel importante se ele não é capaz de proporcionar à criança uma atmosfera suficientemente segura durante todo o seu crescimento. Abandono, negligência, abusos, perda de parâmetros culturais (como no caso de uma mudança forçada) e a falta de projetos futuros podem encorajar tendências suicidas. Em geral, o isolamento social ou emocional é uma das principais causas de suicídio.
Outros fatores
Também devem ser considerados outros fatores que ocorrem algumas vezes ou que são específicos para um determinado país, como cyber-dependência (vício em jogos de vídeo ou internet), o bulling na escola ou violência devido à orientação sexual ou por pertencer a uma minoria.
Por exemplo, no Japão, onde as autoridades não conseguiram controlar este fenómeno, o abuso e bulling escolar foram responsáveis ​​por 14 dos 40 suicídios que foram relatados entre 1999 e 2005.
O caso das minorias
A taxa de suicídio entre os jovens em comunidades indígenas no Brasil, e aborígenes na Austrália, por exemplo, é quatro vezes mais elevada do que a taxa nacional de suicídio nesses países devido à violência física e psicológica, bem como à discriminação social.
  
Prevenção do suicídio infantil
Detectar atitudes suicidas
Detectar e compreender os sinais antes que os filhos levem a cabo seus impulsos é importante na hora de tomar as medidas necessárias para prevenir o suicídio. Os pais e outras pessoas próximas à criança, como os professores, devem prestar atenção ao seu comportamento e suas atividades para que possíveis sinais sugestivos de depressão ou pensamentos suicidas não passem despercebidos.

A seguir, uma lista de sintomas ou sinais que podem ser bastante preocupantes, especialmente se vários deles se manifestem ao mesmo tempo:
- Distúrbios do sono (dormir demais ou muito pouco)
- Perda de apetite e / ou peso
- Isolamento da família e dos amigos
- Perda de interesse em atividades favoritas
- O absentismo: faltas e atrasos constantes na escola
- Agressividade física ou psicológica
- Abuso de álcool ou drogas
- A falta de preocupação com a aparência e higiene
- Correr riscos desnecessários
- Interesse por assuntos sobre morte ou suicídio
- O envio de mensagens preocupantes pela internet
- Notas baixas ou problemas escolares incomuns
- Dificuldade de concentração
- Pensamentos negativos e de baixa autoestima a respeito das qualidades próprias e realizações

 Passos a seguir
O mais importante é a atenção dos membros da família e do pessoal da escola, que devem apoiar a criança e não ignorar ou desacreditar seus sentimentos e problemas, especialmente se a criança está passando por um período estressante ou mudanças profundas em sua vida. Esforços devem ser feitos para eliminar progressivamente pensamentos suicidas ou comportamentos destrutivos.
O pessoal da educação (professores, orientadores escolares, psicólogos escolares, etc.) deveriam ser treinados para detectar sinais de alerta e responder prontamente a esses sinais. Os pais que suspeitam que seu filho tenha pensamentos suicidas devem imediatamente procurar ajuda especializada, levando sua suspeita aos próprios membros da escola ou a um psicólogo e psiquiatra.
Reforçamos. Se os sintomas indicam uma situação séria, é importante que a criança seja encaminhada a uma consulta com um psicólogo ou um psiquiatra para determinar se é portadora de transtornos mentais ou comportamentais. Isso deve levar a um tratamento adequado: tratamento psicológico e psiquiátrico, medicamentos de prescrição e, se necessário, a hospitalização.


Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, por favor, ligue para o telefone do CVV 141 e procure ajuda especializada.



Texto original: Suicidio infantil: un fenómeno complejo y difícil de explicar

http://www.humanium.org/es/suicidio-infantil/

comprometida a acabar con las violaciones de los Derechos del Niño en el mundo

 Texto livremente traduzido e adaptado.






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