segunda-feira, 12 de julho de 2021

Se você está pensando em suicídio agora

Por favor, espere somente alguns minutos e leia isto! Embora eu não te conheça profundamente, sei que é alguém que sente uma dor profunda e, por isso, não se sente capaz de seguir adiante, por mais tempo.

Sei também que neste instante você está lendo isto, o que é muito bom! Sei que você chegou até aqui por estar muito angustiado, pensando em pôr um fim em sua vida.

Se fosse possível gostaria de estar com você, neste momento, ao seu lado, para conversarmos cara a cara! Mas por não ser possível deveremos nos conformar com a comunicação escrita.

Não vou discutir se você deve suicidar-se ou não, mas como você está comigo, aqui ao meu lado, espero que você coloque em dúvida o que está pensando em fazer.

Sentir-se confuso diante de pensamentos em torno da morte é normal. Ao mesmo tempo em que você quer morrer, é possível que, por outro lado, você deseje viver.

Não tome uma decisão tão importante, de forma precipitada.

Muitas pessoas pensam no suicídio, pois parece não haver outra saída. Elas acreditam que não podem suportar mais tanta dor, assim como ocorre com você agora. Mas não pense que você é uma pessoa perversa por assim pensar ou que esteja louco.


Ninguém escolhe suicidar-se. Ele ocorre quando a dor que sentimos é maior que os recursos para enfrentá-la.


Então, não podemos tratar o suicídio como algo correto ou incorreto, nem como um defeito de caráter ou fraqueza moral, é sim um desequilíbrio entre a dor e os recursos para vencê-la.

É possível vencer os pensamentos suicidas se:

1. Encontramos um modo de diminuir nossa dor.

2. Aumentamos nossos recursos para superá-la.

3. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Não existe remédio mágico, mas também é verdade que:

. O suicídio cria uma situação irreversível para um problema passageiro.

. Quando estamos deprimidos tendemos a ter uma visão estreita e pouco objetivo das coisas. Com o passar dos dias tudo pode mudar.

. A maioria das pessoas que se viram às voltas com a ideia do suicídio, depois se sentiu muito felizes por estarem vivas. Na realidade, não desejavam colocar um fim em suas vidas, mas queriam evitar a compaixão alheia e a dor.

Temos mais algumas considerações a fazer:

1. É muito importante que você procure alguém para conversar. Pessoas como você, que está pensando no suicídio, não deve ficar a sós. Você tem que buscar ajuda agora.

2. Conversar com alguém da família, com algum amigo ou colega pode trazer um grande alívio à dor que sentimos. O apoio, o aconchego que recebemos aumenta nossa capacidade de enfrentar todas as situações.

3. O tempo é um fator muito importante e isso não lhe falta. O tempo é o seu maior aliado. Espere antes de tomar qualquer decisão precipitada.

4. Procure com urgência um psiquiatra ou um psicólogo. Uma pessoa que passa por um período de tristeza, de desânimo, de abatimento pode estar sofrendo de depressão. E essa doença pode ser tratada com medicamentos e sessões de terapia.



Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, ligue para o número do CVV: 188 e procure ajuda especializada de um psicólogo ou psiquiatra.


Adaptado de http://conhecerparaprevenir.blogspot.com/2009/01/se-voc-est-pensando-em-suicdio-agora.html



domingo, 16 de maio de 2021

Médicos se formam incapazes de atender pacientes suicidas, aponta estudo

 

Resumo da notícia

  • > Pesquisa apontou que somente 0,5% dos estudantes de medicina são plenamente capazes de atender pessoas com ideação suicida.
  • > Apesar da limitação estatística devido à restrição geográfica, estudo acende alerta sobre falha na formação médica, segundo CFM.
  • > Entre 2009 e 2019, casos de suicídio cresceram 44,22%, segundo levantamento realizado no DataSUS.

Enquanto casos de suicídio crescem a cada ano no Brasil, um estudo publicado no início de 2021 pela RBEM (Revista Brasileira de Educação Médica) revelou que médicos estão se formando incapazes de atender pacientes que pensam ou tentam cometer suicídio.

A pesquisa reflete a experiência de pacientes como a estudante de letras Bianca*, 23, que aos 18 tentou se suicidar. Internada em casa, ela encontrou seus remédios, que estavam escondidos, e os ingeriu de uma vez. Ao descobrir, sua mãe a levou para o hospital, mas a médica de plantão a mandou de volta para casa e não lhe deu nenhuma orientação além da receita para que tomasse imediatamente mais um tarja-preta.

"Eu não conseguia andar. Estava dopada. Tiveram que me arrastar até o pronto-atendimento, mas a médica falou que eu estava lúcida e não tinha motivo para ficar internada", relembra a estudante. “Senti que não fui levada a sério. Era como se aquilo não fosse motivo suficiente para ter ido ao hospital”.

Ao conversar com sua psiquiatra no dia seguinte, Bianca descobriu que a falta de sensibilidade da plantonista não era sentimentalismo de sua parte. Um mês depois, ela ainda foi diagnosticada com hepatite medicamentosa, o que poderia ter sido evitado se o atendimento tivesse sido adequado, segundo sua nutróloga. "O certo era fazer uma lavagem estomacal e, se não desse mais tempo, eu devia ao menos ter ficado em observação", diz.

Falha na formação médica

A história de Bianca não é única. Entre 188 estudantes de medicina do 1º ao 6º ano que participaram da pesquisa publicada na RBEM, somente um deles, o equivalente a 0,5%, declarou ter plena capacidade técnica para atender um paciente com ideação suicida. Como o questionário permitia ainda respostas com concordância ou discordância parciais, 16% afirmaram ter habilidades limitadas para a tarefa, enquanto os incapacitados somaram 72,8%, e os que se consideraram neutros, 11,2%.

O estudo apontou ainda que somente 8,5% dos alunos são plenamente capazes de identificar e classificar comportamentos de risco suicida e 4,3% sabem realizar corretamente a notificação de tentativa ou concretização de suicídio, que é obrigatória e deve ser encaminhada pelo médico aos órgãos competentes em até 24 horas após o atendimento.

A pesquisa foi conduzida entre alunos da UEPA (Universidade do Estado do Pará). Ela tem limitações estatísticas devido à restrição geográfica, mas acende um alerta sobre uma falha na formação médica, de acordo com o psiquiatra Salomão Rodrigues Filho, do CFM (Conselho Federal de Medicina). A instituição se posiciona contra a abertura de novas escolas de medicina.

"O médico está cada vez mais despreparado. Com o aumento indiscriminado de novas faculdades de medicina e turmas imensas, cada vez temos mais dificuldade em preparar o aluno para estar atento à saúde mental. Além disso, tanto no sistema público quanto privado de saúde, o médico não tem tempo para ouvir o paciente. Ele quer chegar logo ao diagnóstico para fazer a prescrição de medicamento ou pedir exame e mandar o paciente retornar depois", diz o conselheiro.

Segundo levantamento do CFM a partir de dados do CNES (Cadastro Nacional das Entidades de Saúde), 77% das cidades brasileiras com faculdades de medicina não possuem leitos suficientes para o ensino prático dos alunos. A região mais deficitária é o Norte, onde, entre 32 escolas de medicina, somente uma está localizada em um município com preparo para uma boa formação. A região com melhor desempenho no levantamento é o Centro-Oeste, com 31,3% dos cursos localizados em municípios adequados.

"O médico generalista precisa ser capaz de rastrear suicídio no pronto-atendimento. Não é porque tenho um paciente aparentemente muito mais grave para ver em seguida que vou abreviar a entrevista com o outro", explica o conselheiro. "Não sou contra abertura de boas faculdades de medicina, mas de faculdades péssimas, que colocam no mercado profissionais incapazes".

Uma das autoras do estudo, a estudante Lívia Limonge, que cursa o 6º ano de medicina na UEPA, afirma que os resultados da pesquisa não surpreenderam, mas serviram de provocação para que seus colegas abram os olhos para o suicídio, que é a segunda principal causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

"A grade curricular de medicina prevê que a gente discuta suicídio e saúde mental como um todo, mas isso não está necessariamente sendo cumprido. Suicídio ainda é um tabu mesmo entre médicos. Como é possível aprimorar a formação, se o assunto não é discutido? Vi minha formação refletida nos resultados desta pesquisa", diz Limonge.

No Brasil, em 2019, 13.520 pessoas se suicidaram, uma alta de 6,18% ante os casos de 2018. No acumulado da década, o aumento foi de 44,22%, segundo o Ministério da Saúde. Os dados de 2020 ainda não foram divulgados pela pasta, mas especialistas apontam chance de aumento, tal qual ocorreu em países como Japão, devido à instabilidade emocional provocada pela pandemia de covid-19.


*O nome foi alterado a pedido da entrevistada.

Pedro Martins / Colaboração para o VivaBem /06/03/2021 



Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, ligue para o número do CVV: 188 e procure ajuda especializada de um psicólogo ou psiquiatra.



Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/03/06/medicos-se-formam-incapazes-de-atender-pacientes-suicidas-aponta-estudo.htm



sábado, 15 de maio de 2021

Dinamarca e Suécia têm menos suicídios de homossexuais após casamento gay

 


Levantamento na Dinamarca e na Suécia associa legalização do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo à redução de suicídios entre população LGBT. Mas gays ainda se matam mais frequentemente do que heterossexuais.

A legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo reduziu as taxas de suicídio entre homossexuais na Suécia e na Dinamarca, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (14/11). Entretanto, a pesquisa aponta que gays e lésbicas divorciados, viúvos ou casados ainda são mais propensos ao suicídio do que heterossexuais.

O levantamento, realizado pelo Instituto Dinamarquês de Prevenção do Suicídio e pela Universidade de Estocolmo, comparou taxas de suicídio de cônjuges em casamentos do mesmo sexo e em matrimônios heterossexuais nos períodos de 1989 a 2002 e de 2003 a 2016.

O trabalho, publicado no Journal of Epidemiology and Community Health, revelou ter ocorrido uma queda de 46% na taxa de suicídios de homossexuais casados, contra 28% na de casais heterossexuais.

Os autores do levantamento acreditam que a redução do estigma entre as minorias sexuais pode ter contribuído para a queda nas mortes. A pesquisa foi baseada em dados oficiais de milhares de casais do mesmo sexo nos dois países, que estão entre os primeiros no mundo a legalizar o matrimônio gay.

"Ser casado protege contra o suicídio", diz a chefe do estudo, Annette Erlangsen, do Instituto Dinamarquês de Pesquisa para Prevenção do Suicídio. "Legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e outras medidas legislativas podem realmente reduzir o estigma em torno das minorias sexuais."

Entretanto, membros de uniões homossexuais ainda se mataram com frequência mais de duas vezes maior do que os membros de casamentos heterossexuais em ambos os períodos, reforçando pesquisas de outros países, que apontam para uma maior incidência de tentativas de suicídio entre pessoas LGBT.

O estudo analisou dados de mais de 28 mil cidadãos vivendo em uniões do mesmo sexo por uma média de 11 anos. Também constatou-se que lésbicas casadas tinham 2,8 vezes mais chance de se suicidarem do que mulheres em uniões heterossexuais, e ligeiramente mais chance do que homens heterossexuais casados. Já homens heterossexuais com parceiros teriam uma tendência maior de se matarem.

"Ainda existe um grau considerável de homofobia, particularmente contra homossexuais masculinos", ressaltou Morten Frisch, da entidade de pesquisa Instituto Statens Serum da Dinamarca. "Pouco menos de um em cada três homens ainda considera moralmente inaceitável que dois homens façam sexo um com o outro", afirmou, citando uma pesquisa com mais de 62 mil dinamarqueses divulgada em outubro.

Em 1989, a Dinamarca se tornou o primeiro país do mundo a permitir uniões civis do mesmo sexo. A Suécia seguiu o exemplo em 1995. O casamento gay foi legalizado na Suécia em 2009 e na Dinamarca, em 2012. Os dois países são vistos como líderes globais em relação aos direitos LGBT.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo é legal em 27 países, 16 deles na Europa. O Equador se tornou a mais recente nação a entrar nesta lista, em junho. Com a decisão, o país se juntou, na América Latina, a Brasil, Argentina, Costa Rica, Uruguai e Colômbia, que também reconhecem os direitos civis dos homossexuais.

Os jovens LGBT têm pelo menos três vezes mais chances de tentarem suicídio do que jovens heterossexuais, de acordo com 35 estudos de 10 países coletados por pesquisadores em 2018. A legislação que promove os direitos LGBT pode contribuir para redução do risco de suicídio – mesmo para quem ainda não tem idade para se casar.

Tentativas de suicídio de estudantes do ensino médio dos Estados Unidos caíram 7% em estados que permitem o casamento do mesmo sexo – aponta um estudo de 2017 da Universidade de Harvard – e 14% entre os alunos que se identificam como lésbica, gay ou bissexual.

A DW evita noticiar suicídios porque há indícios de que relatos sobre o assunto podem levar a imitar tais ações. Se você enfrenta problemas emocionais e tem  pensamentos suicidas, não deixe de procurar ajuda profissional. 

No Brasil você pode buscar ajuda também por este telefone do CVV: 188



Texto original: https://www.dw.com/pt-br/dinamarca-e-su%C3%A9cia-t%C3%AAm-menos-suic%C3%ADdios-de-homossexuais-ap%C3%B3s-casamento-gay/a-51253368?maca=pt-BR-Facebook-sharing&fbclid=IwAR0XAtYgYkCgkc6VkDBi5BV4ye0-P8r5LXgIcvCHxUEJJURm_PHaAs8A6xE

Eu era Pastor quando quase me suicidei

 

Eu era pastor quando quase me suicidei. Eu tinha 28 anos, estava casado há cinco anos e era um pai orgulhoso de um pequeno bebê. Ninguém suspeitou que isso ia acontecer (geralmente, ninguém suspeita). Eu fui um estudante exemplar, nunca tratei os outros como estranhos e sempre me empenhei em fazer as pessoas ao meu redor se sentirem bem. 

Eu nasci pra ser pastor. Mas o que aconteceu, então?

SE NÃO TEMOS UMA TEOLOGIA QUE ABRACE A DOENÇA MENTAL, NOSSO DEUS É DEMASIADO PEQUENO.” - WILLIAM PAUL YOUNG

Eu fui criado como um bom membro da igreja Batista, e depois me tornei um Pentecostal devoto. Eu já tinha vivido as consequências do suicídio da minha tia 15 anos antes, e tinha ouvido coisas que as pessoas da igreja resmungavam baixinho no funeral dela. Eu ouvi a resposta do pastor à pergunta da minha mãe: “Quando alguém se suicida, vai para o inferno?” Eu vi equipes tentando expulsar demônios quando a depressão foi mencionada em uma chamada no altar. E eu ouvi cristãos bem-intencionados dizerem a essas mesmas pessoas chamadas para apenas “escolherem a alegria”.

Quando eu estava na faculdade de teologia, eu lutei com a ideia de que existe um demônio atrás de cada árvore. Eu conheci muita gente sofrida e elas não pareciam estar endemoniadas. E se corações partidos (ou cérebros partidos) são indicações de possessão de demônios, isso não incluiria um número enorme de pessoas? Eu amava minha tia e eu tinha certeza de que ela não estava endemoniada. Ela estava doente, exausta e desorientada. Ela estava com muita dor, assim como estão com muita dor 44.193 pessoas na América que morrem de suicídio a cada ano (AFSP.org).

A verdade é que eu passei a entender exatamente como a minha tia se sentiu por tantos anos. Eu era um pastor e queria morrer. Todo mundo pensou que eu estava no topo do mundo. Na verdade, eu estava era muito envergonhado pra confessar que eu sentia que o mundo é que estava com todo seu peso sobre mim. No dia 21 de setembro de 2012, um dia anterior ao primeiro aniversário do meu filho, meus segredos foram revelados. Minha vida estava em perigo numa UTI. Quando fui estabilizado, me mandaram para a ala psiquiátrica, seguido de aconselhamento intenso e terapia, e me deram novos medicamentos. Durante a minha recuperação, a minha pergunta principal era “Será que vou ter um lugar na igreja novamente?”

Quando pedi demissão da pequena igreja Batista onde estava servindo quando tentei me suicidar, eu não sabia o que ia acontecer com o relacionamento que sempre tive com a igreja. Eu acreditava firmemente que a Igreja de Jesus Cristo era a esperança do mundo, mas será que também era a esperança para um pastor que se sentia um fracasso? Para onde vai a pessoa que não se sente suficientemente homem, marido ou cristão o suficiente e não tem mais onde descansar seus fardos?

Em minha atividade anterior no ministério, conheci um pastor de adoração que também viajava com uma banda. Ele era sociável e gentil, e eu acreditava que ele realmente gostava de mim. Ele também era metodista. Reuni coragem para ligar para esse conhecido que virou amigo e nos sentamos no Starbucks enquanto eu desnudava minha alma. Tudo o que estava acontecendo. A vergonha, a vergonha e os segredos profundos, feios, que apodreciam sob a superfície por quase 30 anos.

Ele me convidou a ir pra igreja. Pela primeira vez, não fui convidado pra pregar ou por causa do meu dom musical. Eu fui convidado para uma comunidade de pessoas que iam me amar, no meio da minha dor. Esse meu amigo, ecoou as palavras de Jesus para mim, que vem de Mateus 11:28-30:

Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso. Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a carga que eu ponho sobre vocês é leve.”

Ele não me deu um sermão. Ele não pregou pra mim. Ele não me disse para escolher a alegria. Ele nem mesmo trouxe sua Bíblia para o café. O que Ben ofereceu naquele dia foi um presente de amizade: um lugar seguro para descansar minha cabeça. Ele me deu a oportunidade de contar minha história com pura honestidade e sem medo de rejeição.

A minha família passou boa parte daquele ano na igreja do Ben, descansando. Nós nunca fizemos parte da liderança. Nós não oferecemos grandes atos de serviço. Assim como aconteceu no passado com minha tia, nós estávamos exaustos, quebrados e nos sentindo desorientados. E o que encontramos foi segurança, gentileza e aceitação.

Historicamente, pessoas com doenças mentais não são compreendidas dentro das Igrejas. Mas nós podemos mudar isso. Nós não precisamos que você, como membro, aja como nosso psiquiatra; ao contrário, espere e incentive que nós procuremos e tenhamos um. Nós não precisamos que você tente nos consertar. Nós nem precisamos que você nos entenda, apesar de que nos sentiríamos muito bem se você tentasse. O que nós precisamos é que você sente-se conosco quando estivermos tristes ou com dor ou quando não tivermos o que dizer. É bom que nos digam que Jesus nos ama, mas o que seria melhor é nos mostrar amor e aceitação. Nos diga “venha como estiver” e seja sincero. Uma coisa que as pessoas com depressão precisam é de um amigo.

Você é o tipo de amigo que realmente tenta entender? Você está disposto a sentar com alguém em crise ou sofrendo, por conta de seu distúrbio, sem julgamento? É o que queremos.




Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, ligue para o número do CVV: 188 e procure ajuda especializada de um psicólogo ou psiquiatra.


Texto original: THE ONE THING DEPRESSED PEOPLE NEED by Steve Austin / https://medium.com/@rethinkchurch/the-one-thing-depressed-people-need-d810521e975d
Tradução livre e adaptada


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Um Ministro de Estado da Solidão

 


O Japão nomeou um Ministro da Solidão depois que os suicídios aumentaram pela primeira vez em 11 anos em meio à pandemia


O Japão nomeou um Ministro da Solidão este mês para lidar com o aumento das taxas de suicídio no país. 

Em 2020, as taxas de suicídio no Japão aumentaram pela primeira vez em 11 anos, especialmente entre as mulheres. 

Mais pessoas morreram por suicídio no Japão em outubro do que o número total de mortes por COVID-19 até agora em 2020. 

O Japão nomeou um Ministro da Solidão para tentar reduzir a solidão e o isolamento social entre seus residentes, já que o país enfrenta taxas crescentes de suicídio, relata Tomohiro Osaki para o Japan Times . 

O primeiro-ministro Yoshihide Suga no início deste mês nomeou Tetsushi Sakamoto, que já é o ministro encarregado de lidar com o declínio da taxa de natalidade no Japão e promover a revitalização regional, para supervisionar as políticas governamentais destinadas a lidar com a solidão e o isolamento. O primeiro-ministro Suga escolheu Sakamoto como seu ministro da revitalização econômica quando ele foi eleito em setembro de 2020.

 "As mulheres sofrem mais com o isolamento, e o número de suicídios está em uma tendência crescente “, disse Suga a Sakamoto em uma entrevista coletiva em 12 de fevereiro anunciando a nova posição, de acordo com o Japan Times . "Espero que identifique os problemas e promova medidas políticas de uma forma abrangente." 

A solidão há muito é um problema no Japão, frequentemente falada ao lado dos "hikikomori" ou pessoas que vivem em extremo isolamento social. As pessoas trabalharam para criar soluções poderosas para esse problema: os engenheiros japoneses desenvolveram um robô para segurar a mão de alguém quando se sentia solitário, e um homem cobra das pessoas por "nada fazerem", exceto fazer companhia.

 Um aumento de suicídios durante a pandemia 

Durante a pandemia de COVID-19 em 2020, com pessoas mais isoladas socialmente do que nunca, o Japão viu um aumento repentino de suicídios pela primeira vez em 11 anos. 

Em outubro, mais pessoas morreram por suicídio do que morreram de COVID-19 no Japão em todo o ano de 2020. Houve 2.153 mortes por suicídio naquele mês e 1.765 mortes totais pelo vírus no final de outubro de 2020 , de acordo com a Agência Nacional. da polícia do Japão . (Após um aumento de novos casos em dezembro, o Japão registrou 7.506 mortes totais por coronavírus em 22 de fevereiro. ) Estudos mostram que a solidão tem sido associada a um risco maior de problemas de saúde como doenças cardíacas, demência e distúrbios alimentares.

 As mulheres no Japão, em particular, contribuíram para o aumento dos suicídios. Em outubro, 879 mulheres morreram por suicídio no Japão, um aumento de 70% em relação ao mesmo mês de 2019. 

Cada vez mais mulheres solteiras vivem sozinhas no Japão, mas muitas delas não têm empregos estáveis , disse Michiko Ueda, uma professora japonesa que estuda suicídio no Japão, à BBC na semana passada . 

 “Muitas mulheres não são mais casadas”, diz Ueda. "Eles têm que sustentar suas próprias vidas e não têm empregos permanentes. Então, quando algo acontece, é claro, eles são afetados muito, muito duramente." 

O novo ministro da solidão do Japão diz que planeja realizar um fórum de emergência no final de fevereiro para ouvir as preocupações das pessoas que enfrentam a solidão e o isolamento.

 " Espero realizar atividades para prevenir a solidão e o isolamento social e para proteger os laços entre as pessoas", disse Sakamoto na entrevista coletiva de 12 de fevereiro.

 O Reino Unido foi o primeiro país a nomear um ministro da solidão em 2018, depois que um relatório de 2017 descobriu que mais de 9 milhões de pessoas no Reino Unido relataram sentir-se solitárias com frequência ou sempre. Mas a posição não parece ser particularmente desejada, já que o Reino Unido passou por três ministros da solidão em 3 anos. A Austrália considerou criar uma posição semelhante.


Se você ou alguém que você conhece está lutando com as questões abordadas neste texto, por favor, procure a ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra e ligue para o número do CVV: 188.


Texto original: https://www.businessinsider.es/japon-nombra-ministro-soledad-combatir-suicidio-816793?fbclid=IwAR3pgYk77LUqiv9b0W0FOiGsu2sYVQkRVCUb-HIq73s7gRB8jWkoWzQW32I


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Deixa eu te explicar uma coisa sobre Depressão

 


Eu conheci a mulher que viria a ser minha esposa alguns meses após ela ter feito uma tentativa de suicídio e ter passado alguns dias no hospital pra se recuperar. Pra fazer as suturas no corpo. Quanto as da alma... 

Seu diagnóstico, de acordo com o CID 10 era o que hoje se chama de Transtorno Depressivo Recorrente.

Nunca mais, em todos esses anos de casamento e da peregrinação por  psiquiatras, psicólogos, e da rotina de medicamentos, ela fez outra tentativa. Mas a vontade... Quem tem tendências ao suicídio sabe do que eu estou falando. Porque a vontade...

Eu estive ao lado dela em todos os seus episódios. Uma vez, no meio de uma das crises brabas de depressão, ela me disse que o que a impedia de se matar não era o amor que sentia por mim e por nossos filhos, amor que ela também sabia que temos por ela, mas o medo de que o inferno que pudesse encontrar do lado de lá fosse muito pior do que o do lado de cá. Eu sei bem que não era ela que dizia essas coisas, mas sim a Depressão: distorcendo cruelmente seus pensamentos, seus sentimentos e a sua vontade. 

 

Agora descobrimos que ela tem um câncer.

Não vou falar sobre o impacto que está causando pra ela, pra mim, pra família, pros amigos o que é ter uma pessoa amada sofrendo de câncer. Só quem tem ou tem alguém querido com essa doença pode saber do que eu tô falando.

Porém, eu a tenho observado. Em nenhum momento eu a vi dizer que quer morrer por causa do câncer. Não, ela que continuar vivendo!

As seguidas sessões de quimioterapia fizeram seus cabelos caírem e ela, apesar de continuar linda, está carequinha, está muito magra, o abdome dilatado. Mas ela que continuar viva!

Tem uma batalha longa e difícil pela frente a ser travada contra essa doença. Mas ela que continuar viva.

Ela quer continuar viva!


Então. Você está entendendo do que eu estou falando?

Entende aonde eu quero chegar?

Entende o quanto é séria e grave essa doença chamada DEPRESSÃO?

Verdadeiramente somos solidários, nos sensibilizamos, nos compadecemos e procuramos, no mínimo, enviar energias positivas para alguém diagnosticado com câncer. Eu venho observando as reações quando recebem a notícia do câncer da minha esposa.

Mas para alguém diagnosticado com Depressão a maioria diz ainda que é frescura, que é pra chamar a atenção, falta de Deus, falta de serviço, falta de força de vontade, falta...?

Entendeu?

domingo, 30 de agosto de 2020

Ore! Faz bem!

 


 Em primeiro lugar façamos uma distinção entre religião e espiritualidade. E a foto abaixo pode nos ajudar nesse esforço: 

Entenda que a oração não é propriedade de qualquer religião, mas uma prática que expressa um movimento interno, subjetivo de ligação do eu pessoal a uma condição mais ampla e profunda que podemos denominar de Transpessoalidade. Dessa forma, é sim possível vivenciar a oração quando você possui uma religião ou sem ter necessariamente ou seguir uma religião. Essa distinção conceitual permite observar o fenômeno da oração de uma forma mais precisa.

 E o que é essa Transpessoalidade? Para muitos, seguidores de uma religião organizada, ela é nomeada de diversos modos. Mas não é isso o que mais importa. Do ponto de vista do bem estar emocional e da saúde psicológica, o que verdadeiramente importa são os resultados dessa prática. 

E quais são os resultados dessa prática: orar? 

Vamos começar essa resposta fazendo uma analogia com os exercícios físicos. Hoje já está claramente evidenciado os benefícios de uma prática regular de exercícios físicos para a saúde mental. Exercícios, seja em contato com a natureza, andando ou correndo nas ruas ou em parques, ou frequentando academias, são formas eficazes de atenuar os efeitos de transtornos, por exemplo, como a depressão e a ansiedade. São inúmeros os estudos comprovando os efeitos positivos dos exercícios sobre a química cerebral e, consequentemente, sobre as emoções e a saúde mental. 

Então, os avanços realizados no campo das técnicas de captação de imagens cerebrais, pela Ressonância Magnética Funcional e Tomografias Computadorizadas com capacidades de análise do fluxo sanguíneo, estão permitindo visualizar e melhor compreender as alterações da atividade funcional e metabólica do cérebro e como o corpo físico responde prontamente aos comandos cerebrais ao ter ativado circuitos neuroquímicos e neuroimunológicos, no momento da oração.

Compreende? Uma cascata de reações bioquímicas é ativada a partir da prática da oração, desencadeando uma série de reações fisiológicas cerebrais e que, lá na ponta, vão proporcionar equilíbrio emocional e bem- estar. A prática da oração tem um impacto positivo na saúde mental e os correlatos neurobiológicos produzidos durante a oração indicam um papel benéfico.

 Portanto, em resumo, a partir das revisões de literatura sobre os benefícios da meditação e da oração, podemos, seguramente, dizer que a oração: 

• Diminui a tensão muscular.

• Melhora as funções neuroimunológicos e cardiovasculares.

• Gera tranquilidade emocional.

• Melhora o enfrentamento das doenças.

• Propicia a diminuição dos sintomas de transtornos psíquicos.

• Melhora o funcionamento orgânico.

 

Por isso e concluindo, ore, faz bem!